Sou por natureza desconfiada. Há pessoas com talento natural para a representação ou para fazer dos outros parvos e nada melhor do que estarmos prevenidos.
Isto na sequência do que se passou ontem no supermercado cá da zona. Depois de passar as compras pela caixa e de ter pago, vejo que a senhora dá-me o troco enquanto que, com a outra mão, amarrota o recibo. Acho aquilo estranho e, meia estupidificada, fico à espera do meu talão. Foi necessário dizer-lhe que queria o meu recibo para que mo desse. Ao sair, fico na rua a fazer contas e a olhar bem para aquele papelinho quando vejo que tinha pago por coisas que não comprara. Imediatamente volto atrás e explico o sucedido. Devolveram-me o dinheiro e vim embora a pensar que aquilo não tinha sido apenas um mal-entendido, afinal de contas, a senhora não fazia intenções de dar-me o talão para que não me apercebesse do esquema. E no meio disto tudo fico parva. Parva porque se me fizeram isto a mim, uma jovem na casa dos vinte, com bons olhos e atenta a tudo, apenas posso imaginar o que acontece às pessoas mais idosas. E fico sobretudo triste por alguns servirem-se destas artimanhas para fazer dinheiro.
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